Postada em 07/10/2019
REFORMA DA PREVIDÊNCIA: A QUEM INTERESSA?

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A reforma da previdência já percorreu todos os caminhos no congresso e agora falta apenas uma última votação no Senado. Sem nenhuma expectativa de mudança, as regras já aprovadas diminuem a expectativa de vida dos idosos e aumentam o mar de desigualdade no país.

Os argumentos apresentados pelo governo e repetidos por políticos comprometidos com o poder econômico, que são de fato os grandes interessados na reforma, apontam que há um rombo na Previdência que a torna deficitária, aliado a uma pressão demográfica pelo aumento da expectativa de vida.

Respeitáveis pesquisadores e estudiosos do assunto, como a Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal, assim como a conclusão da CPI da Previdência e, recentemente, um estudo da Unicamp, demonstram de forma enfática que a Previdência é superavitária, ou seja, o rombo dito pelo governo é uma retórica cujo objetivo é reduzir a previdência pública para atender os interesses dos bancos, quem veem no Brasil um mercado amplo para venda de planos de previdência privada.

Ignorando a realidade fática e histórica, onde o trabalhador raramente consegue combinar 65 anos de vida com 40 anos de contribuição, regra da reforma para atingir a aposentadoria total, seja pela dificuldade de se manter empregado durante toda a sua vida profissional ou mesmo pelas condições de vida e saúde do país, o governo utilizou-se de artistas famosos, da grande mídia e das redes sociais para convencer os trabalhadores que a retirada de seus direitos é necessária para manter o país nos trilhos.

É certo que este convencimento, no estilo lavagem cerebral, foi orquestrado pela imprensa, ouvindo apenas os defensores da reforma e fechando as portas para aqueles que a contestavam, o que resultou, infelizmente, em um posicionamento de parte da opinião pública, onde, PASMEM! Trabalhadores defendem a retirada dos seus próprios direitos.

Poderia o governo inibir a sonegação e cobrar os grandes devedores para fortalecer o caixa da Previdência, ou mesmo, promover a igualdade e eliminar as regalias de alguns setores como a aposentadoria de políticos, militares e do judiciário, que mantiveram seus privilégios intocados. Mas não, optou por uma retirada de direitos sem precedentes que impossibilitará que a aposentadoria promova a necessária proteção à velhice da grande maioria dos trabalhadores.

As reformas da previdência e trabalhista já mostram que os trabalhadores foram os grandes prejudicados.

Como governar é fazer escolhas, e este governo definitivamente não escolheu os trabalhadores, e considerando que novas reformas virão, para aqueles trabalhadores que ainda o defende, fica a pergunta: até quando você vai defender a retirada dos seus próprios direitos?

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