Foi realizado no Rio de Janeiro, de 14 a 16 de novembro, na Praça Mauá, no espaço do Museu do Amanhã, o G20 Social. Essa iniciativa, uma inovação do Governo Brasileiro que precede o Encontro das 20 maiores nações mundiais, contou com a participação de movimentos sociais e sindicais e teve como objetivo principal garantir a participação social e a formulação de um documento que servirá de base para o debate do G20 com os chefes de Estado, previsto para começar em 18 de novembro, também no Rio de Janeiro. O presidente do SEAAC de Presidente Prudente e Região, e diretor da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Paulo de Oliveira, participou ativamente dos debates.
O G20 Social destacou a relevância das transformações tecnológicas e da transição ecológica, que impactam diretamente o mundo do trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 40% dos empregos globais dependem de um ambiente saudável e estável. As mudanças climáticas, como estresses térmicos e escassez de água, afetam setores como agricultura e construção, ampliando desigualdades e pressionando a força de trabalho global. A transição ecológica, focada na redução das emissões de carbono e na adoção de energias renováveis, precisa ser acompanhada de políticas que garantam empregos de qualidade e a realocação justa de trabalhadores de setores de alta emissão de carbono.
Durante o evento, as Centrais Sindicais promoveram um painel em que defenderam 20 propostas fundamentais para garantir uma transição justa e a promoção do trabalho decente. Entre essas propostas estavam o fortalecimento de políticas de desenvolvimento produtivo, o acesso universal a serviços essenciais como saúde e educação, a tributação progressiva sobre grandes fortunas, e a promoção de empregos verdes e sustentáveis. O painel também abordou a necessidade de regulamentação da economia de plataforma e a proteção dos direitos trabalhistas e sindicais.
Paulo de Oliveira destacou a importância de fortalecer os mecanismos de proteção social e promover políticas que priorizem a inclusão social em meio às transições tecnológicas e ecológicas. Ele afirmou: “Precisamos garantir que as mudanças no mundo do trabalho resultem em mais inclusão e melhores condições de vida. Os trabalhadores devem estar no centro das políticas de transição, para que essas transformações tragam desenvolvimento justo e sustentável.”
A plenária final do G20 Social contou com a presença do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recebeu o documento final elaborado durante os dias de debate. Esse documento será fundamental para enriquecer as discussões com os chefes de Estado no próximo G20, reforçando a importância de uma abordagem que integre aspectos econômicos, sociais e ambientais.
O G20 Social reafirmou o papel crucial da participação social e sindical na construção de políticas globais mais justas e sustentáveis, destacando a importância de ações coletivas para enfrentar as desigualdades e promover um futuro inclusivo.